domingo, 16 de agosto de 2009

Como usar as palavras



Certa vez, uma jovem foi ter com um sábio para confessar seus pecados.

Ele já conhecia muito bem uma das suas falhas. Não que ela fosse má, mas costumava falar dos amigos, dos conhecidos, deduzindo histórias sobre eles.

Essas histórias passavam de boca em boca e acabavam fazendo mal - sem nenhum proveito para ninguém.

O sábio disse:

- Minha filha você age mal falando dos outros; tenho que lhe dar um dever.

Você deverá comprar uma galinha no mercado e depois caminhar para fora da cidade. Enquanto for andando, deverá arrancar as penas e ir espalhando-as.

Não pare até ter depenado completamente a ave. Quando tiver feito isso, volte e me conte.

Ela pensou como os seus botões que era mesmo um dever muito singular!

Mas não objetou. Comprou a galinha, saiu da caminhando e arrancando as penas, como ele dissera. Depois voltou e contou ao sábio.

- Minha filha - disse o sábio - você completou a primeira parte do dever.

Agora vem o resto.

- Sim senhor, o que é?

- Você deve voltar pelo mesmo caminho e catar todas as penas.

- Mas senhor é impossível! A esta hora o vento já as espalhou por todas as direções. Posso até conseguir algumas, mas não todas!

- É verdade, minha filha. E não é isso mesmo que acontece com as palavras tolas que você deixa sair? Não é verdade que você inventa histórias que vão sendo espalhadas por aí, de boca em boca, até ficarem fora do seu alcance???

Será que você conseguiria seguí-las e cancela-las se desejasse?

- Não, senhor.

- Então, minha filha, quando você sentir vontade de dizer coisas indelicadas sobre seus amigos, feche os lábios. Não espalhe essas penas, pequenas e maldosas, pelo seu caminho.

Elas ferem, magoam, e te afastam do principal objetivo da vida que é ter amigos e ser feliz!!!

Pense nisso...

Usando apenas lindas palavras.

Observando o Princípio do Equilíbrio



Como se faz para observar o Princípio do Equilíbrio?

A base disso é simples: identificar as áreas de sua vida, verificar quais estão equilibradas e quais estão desequilibradas, para estas definindo objetivos e ações. Se forem várias, cabe também uma priorização: mais importantes primeiro.

No nível pessoal, isto pode incluir uma atividade física, um curso ou treinamento de vez em quando e 10 minutos de meditação, por exemplo.

No nível de relacionamento em geral, pode significar cuidar melhor de alguém ou tomar a iniciativa de fazer um contato. Na área familiar, pode ser uma simples decisão de estar com alguém por alguns minutos.

As ações que mantém o equilíbrio podem ser muito simples. Alguns contextos, como o de tomada de decisão, podem requerer auto-conhecimento e auto-exploração, antes da elaboração (e devida prática) de alternativas.
O equilíbrio muitas vezes resulta do cultivo e prática de certos valores, como coooperação, perdão e até hábitos perceptivos.

Na etiqueta chinesa, conforme me foi apresentada, há uma tradição de cada um manter a xícara do outro cheia de chá. Isto faz com que as pessoas, além de praticar o cuidar, também treinem o hábito de olhar de vez em quando para o ambiente e para o outro, ao invés de manter a atenção exclusivamente em si: "Ai, que fome!"

Você já deve ter notado que o Princípio do Equilíbrio abrange múltiplas dimensões da nossa existência, e portanto não pode ser ignorado.

Ignore-o e alguém vai acabar sofrendo, seja você ou alguém próximo a você. Deve ser por isso que recebemos um ensinamento que tem o equilíbrio como eixo: "Amai ao próximo como a ti mesmo".

Contextos de aplicação

A seguir, uma lista de sistemas e situações em que você pode aplicar o Princípio do Equilíbrio, incluindo as já mencionadas.

Pessoal

- Corpo, mente, espírito

- Aparência e conteúdo

- Físico, racional e emocional

- Cabeça, tronco, membros

- Passado (lembranças), presente (sensações, emoções) e futuro (planos)

- Nutrição (alimentos, ar, prazer)

- Alimentação (proteínas, carboidratos, etc.)

- Avaliação de qualidades e defeitos Escola

- Dedicação às disciplinas (aluno ou professor)

- Participação em grupos de trabalho

Familiar

- Pais em relação a cada filho

- Trabalho, família, si mesmo

- Marido, esposa e filhos

- Dedicação à casa e ao prédio ou condomínio

Trabalho

- Liderança: Pessoas, Objetivos, Recursos

- Produção, capacitação, descanso

- Reuniões: oportunidades de fala; informação, deliberação e decisão

- Relacionamento com chefes, colegas e outras pessoas

- Necessidades pessoais e do trabalho

Social

- Cuidados pessoais, com os outros e com o ambiente

- Contribuição para o bairro, a cidade, o país

Outros

- Para um site, equilíbrio na dedicação ao design, à estrutura, ao conteúdo, à divulgação, interatividade e outros aspectos.

- Correio eletrônico e computador em geral: uso, atualização, manutenção (Ah, aquelas 300 mensagens na caixa de saída...)

- Veículos: uso, manutenção, prevenção

- Cozinha: tempero na dose certa!

Conclusão

Uma senhora foi visitar parentes com um recém-nascido. Ao entrar na casa, estavam os pais, o bebê e a filha mais velha, de 4 anos.

A senhora cumprimentou os pais e, ignorando o bebê no colo da mãe, foi saudar a menina, para só então dedicar sua atenção ao bebê.

Em uma situação de desequilíbrio "natural", em que todas as atenções se voltam para o novo, essa senhora foi capaz de preservar o equilíbrio em relação à menina, o que considero um comportamento de grande sabedoria.

E quem quer um pouco mais de sabedoria e seus benefícios deve ter, com certeza, como parte do seu cotidiano, a intenção da busca por aquele pouco mais de equilíbrio, em cada momento e em cada dimensão importante da vida.