sábado, 30 de abril de 2011
A Mais Bela Oração
E estando o Mestre sozinho, no recôndito da prece
eis que chega um de seus discípulos e suplica-lhe:
Senhor, ensina-nos a orar...
Na face do Mestre a mais bela expressão,
A Sua alma antevia o bálsamo que postergaria aos irmãos
por todos os tempos, ao corresponder a tão singelo pedido.
E em um breve momento,
Viu-se nos gemidos dos enfermos,
no soluçar dos desiludidos.
No desequilíbrio dos desesperados,
no debater-se dos ensandecidos.
No desamparo dos fracos,
na aflição dos perseguidos.
Na soberba dos orgulhosos,
na escravidão dos oprimidos.
Na inconsolação dos injustiçados,
na incredulidade dos ímpios.
Viu-se também na pureza do sorriso da criança,
na afetuosidade dos amigos.
Na serenidade da brisa mansa,
na mansidão dos pacíficos.
E de teus lábios ouviu-se a mais bela oração:
Pai Nosso que estás no céu...
Pedi e vos dará
Buscai e achareis
Batei e abrir-se á.
O CIRCO
Quando eu era adolescente, meu pai e eu estávamos na fila para comprar
ingressos para o circo.
Finalmente, havia apenas uma família entre nós e o guichê.
Essa família me causou uma profunda impressão. Havia oito crianças,
provavelmente todas com menos de 12 anos.
Podia-se dizer que elas não tinham muito dinheiro.
Suas roupas eram baratas, porém limpas. As crianças eram bem comportadas,
todas em pé na fila duas a duas de mãos dadas, atrás de seus pais.
Falavam animadamente sobre os palhaços, os elefantes
e outras coisas que veriam naquela noite.
Podia-se perceber que nunca tinham ido ao circo. O programa prometia
ser um grande acontecimento em suas vidas jovens.
O pai e a mãe iam à frente do grupo, tão orgulhosos quanto poderiam estar.
A mãe segurava o braço do marido e olhava para ele, como se dissesse,
"Você é meu cavaleiro com uma armadura brilhante". O pai sorria cheio
de orgulho e olhava para ela, como se respondesse, "Você tem razão."
A vendedora de ingressos perguntou ao pai quantos ele queria. Ele respondeu,
"Por favor, quero oito de crianças e dois de adultos para levar a
minha família ao circo".
A vendedora disse o preço. A mãe ficou cabisbaixa e largou a mão
do marido, que ficou com os lábios trêmulos.
Ele perguntou novamente: "Quanto foi que a senhora disse?"
A vendedora disse novamente o preço.
O homem não tinha dinheiro suficiente. Como poderia dizer a seus
oito filhos que não tinha dinheiro suficiente para levá-los ao circo?
Vendo o que acontecia, meu pai colocou a mão em seu bolso,
pegou uma nota de cem reais e a deixou cair no chão.
Meu pai se abaixou, pegou a nota, tocou no ombro do homem e disse
"Senhor, com licença, isto caiu do seu bolso."
O homem entendeu o que estava acontecendo. Não estava pedindo esmolas,
mas certamente apreciou a ajuda em uma situação terrivelmente constrangedora.
Ele olhou bem nos olhos do meu pai, pegou a sua mão nas suas, apertou
com força a nota de cem reais e, com os lábios trêmulos e uma
lágrima rolando em seu rosto,
respondeu "Obrigado, senhor. Isso significa muito para mim e para a
minha família."
Meu pai e eu voltamos para o nosso carro e nos dirigimos para casa.
Não fomos ao circo naquela noite, mas valeu a pena.
Do livro "Histórias para abrir o coração"... autores: Jack Canfield e
Mark Victor Hansen
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