quinta-feira, 7 de abril de 2011
Distância...
"Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros: como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis." João 13:34
O que separa corações não é a distância, é a indiferença.
Há pessoas juntas estando separadas por milhares de quilômetros e outras separadas vivendo lado-a-lado.
Muitas vezes nos importamos com o que acontece no mundo, nos sensibilizamos e pensamos até em fazer alguma coisa, mas nos esquecemos do que se passa ao nosso lado, na nossa casa, na nossa família e mesmo na vizinhança.
Colocamos, sem querer, barreiras entre os corações que nos cercam.
A indiferença mata lentamente, anula qualquer sentimento; e assim criamos distâncias quando estamos tão próximos.
As pessoas se habituam tanto àquelas que convivem com elas que elas passam a não notá-las mais, a não dar mais importância.
Mas, se quisermos transformar o mundo, comecemos por transformar a nós mesmos.
Se quisermos entrar em combates para melhorar algo para o futuro, que esse combate comece dentro da nossa própria casa.
Precisamos olhar os que estão ao nosso lado sempre com olhos novos.
Comunicar mais, destruir mais barreiras e construir mais pontes.
Precisamos nos dar de coração a coração.
A melhor maneira de acabar com a indiferença
de uma pessoa em relação a nós é amá-la.
O amor transforma tudo.
Não permita que pessoas ao seu lado morram de solidão!
Não permita que elas sintam-se melhor fora de casa que dentro dela!
Dê atenção, dê do seu próprio tempo!
Comunique-se!
Assista menos televisão e converse mais.
Riam juntos.
Há quanto tempo você não diz para a pessoa que vive ao seu lado que gosta dela?
A gente não recupera tempo perdido.
Mas podemos decidir não perder mais.
Vamos amar os corações que nos cercam e tentar alcançar novamente aqueles que se distanciaram.
Há sempre tempo para se amar.
E se não houvesse, o próprio amor seria capaz de inventar.
Se voce quer abraçar o mundo comece abraçando a si mesmo.
Texto de: Franci Mello
Morando Dentro de Mim
Foi uma noite, mais uma que passou da meia-noite, mas não foi melhor do que a anterior, igual, ou igual. Tinha lembranças em meus braços, meu corpo desejando carinho teu, bem pertinho do meu. Fui até a sacada, resolvi contar um pouco das estrelas em meio as nuvens, enquanto penso em você. Guardo o seu sorriso na memória e carrego comigo os sabores dos seus beijos, vez ou outra eu os deixo escapar nas linhas da lembrança e te vejo aqui, bem à minha frente. E é bom.
Já que o sono ausente resolveu descer a ladeira e desaparecer em alguma esquina- mais uma vez da minha vida, esquecendo-me aqui, debruçado sobre a luz do luar (meia lua), com vários sons da noite e essa doce brisa que insiste em soprar, me deixo levar, sei que o sono não virá mais uma vez. Eu aceito os seus sorrisos transbordando em minha mente. Faz poucas horas que nos falamos ao celular e a saudade incrivelmente absurda me puxa com um salto de ‘bung-jump’. Sinto seu cheiro sem você estar por perto, desejo seu corpo sem que você me toque, adoro seu beijo mesmo quando não me beija.
Tua presença me completa, teu jeito simples e algumas vezes calmo de falar, me enchem de um paz que só eu sei - você nem faz idéia do que seja pra mim. Um sonho mesmo, quimera, verdade ou sonho mesmo? Ter alguém como você, um dia eu pensei: - “quem dera”.
Uma vez você me perguntou se eu te amo, não, várias vezes. Sim, respondo em silêncio.
Se alguém aqui quer saber a verdade, sou eu. E quero mais. Merecemos mais? E, sobretudo, merecemos uma vida melhor e em paz? Sim de novo, digo sozinho, enquanto vejo uma estrela cadente e bate vento forte na sacada.
Estou aqui agora, na mesma sacada, escrevendo pelo celular, mas desisto, não vou te incomodar, madrugada já vai longe. Fico atento ao som da noite e a mente nem por um segundo consegue desviar o pensamento das mil coisas que me cercam e me perturbam. Mas tudo o que quero sentir de bom me remete a você.
Se estivesse aqui, colocaria sua mão para tocar minhas costas, como você sabe que gosto.
Não queria mais escrever posts assim tão pessoais. Mas é impossível vivendo o que vivo. Me “transbordo em pensamentos”, e isso não é um grito de socorro e nem um lamento, apenas soltar as palavras aqui, para me sentir um pouco melhor, para sair do sufocante silêncio que é mais uma vez morar só.
Parece difícil? Sim. Quase sempre é. Viver assim não é mole não. Mas foi escolha minha, e não vou esmorecer, não vou desistir, nem vou me esquecer do que sempre desejei, do que quero: ser feliz, viver em paz e tranqüilo, de preferência ao seu lado.
Mas, infelizes são aqueles que não podem sentir mais, que perderam o desejo, que suprimem os pensamentos e se concentram no trabalho para esquecer, para isolar o sofrimento. Pois a dor de sentir e não poder ter, ser, viver, transpor e superar, essa é sufocante. O mais simples e, ao mesmo tempo, o mais refinado dos sentimentos pode por tudo a perder – ou a ganhar – em instantes. O pulso acelera, as idéias e fantasias acumulam-se formando uma avalanche perversa que me guia obstinado para o abate da “presa”, essa culpa que já não é minha e que quero esquecer, e que nada tem a ver com ninguém, nem com você. Estou numa batalha, e sair dessa para mim será como sobreviver a uma guerra.
Como cada um de nós sobrevive à guerra? Conselhos existem aos zilhões. Claro que existem também milhões de teorias, e provavelmente você conhece no mínimo umas quatro, mas deixa eu te contar um leve segredo, se é que você não o sabe: elas só funcionam quando você realmente as coloca em prática. Não tenho teoria, essa é a minha filosofia, e se torna a prática. E quando consigo ter forças e fazê-la acontecer, ou é meu drama, a fuga, tentar dormir sem sono, fugir no grude dos pensamentos loucos e inquietos, ou minha furada matemática: 2+2= 0.
Para sobreviver à guerra, eu descobri os não-quereres, os não-poderes, os não-saberes, os não-dizeres. Descobri que tudo isso está dentro de mim. E não vai sair assim, pelo menos hoje ou amanhã, pois dependo de juízes, promotores, e pessoas com boa vontade, que são do bem ou não estão nem aí.
Enquanto as incertezas me confrontam, essas são só minhas, pois vejo nos meus olhos frente ao espelho, que não sei como agir e nem o que fazer com o que estou enfrentando. E me congelo de repente, à espera de um milagre, de um sinal, de um ser vidente,que me aconselhe, me salve e me tire das mãos a sensação dormente. Algumas dessas incertezas também me acompanham faz tempo e é pesar, é algo maior, imenso, sufocante , e vou a passos lentos demais. E então as certezas aparecem para me alertar que seus sonhos são seus, e que quando não restar mais nada, você ainda os terá, mesmo que eu não esteja ao seu lado .
Para sobreviver, eu descobri que posso enfrentar os monstros, sozinho ou não, já que sou eu mesmo quem os criou. Quem mandou ser de certa forma ingênuo e querer ser bonzinho demais? Não posso mandá-los embora quando eu bem entender, mas fico sentadinho esperando uma solução vir me resgatar. E enquanto essa não vem, ou alguém com ‘super-poderes’, eu continuo a conviver com eles (monstros variados e de todos os tamanhos), e essa era uma lição de paciência a ser aprendida, aprendi. Dói, mas não mata. Faz sofrer,embriaga de ansiedade, faz o dia incompleto. Com os lugares e coisas em preto e branco, e uma porta amarela. “Amarelo desespero”, que não gosto que misture com preto (superstição mais doida a minha). Em passos largos eu tentaria chegar a essa porta, e ela iria se distanciando, ou melhor, continua a se distanciar. Nesses lugares sem cor, não há paz, não há felicidade. E como eu não consigo alcançar a porta, eu descobri que a tristeza sim, essa tem cor. E entendi mais, ela é um não-lugar, onde não há como se segurar, mas que também não deixa cair. E sou obrigado a ficar na marra, nem consigo tentar fugir.
Eu pretendo ainda sobreviver à guerra, de uma forma em que minhas fraquezas me fazem forte. E entender que muito da minha força hoje vem de várias formas, uma delas vem de você , mesmo sem você desconfiar disso. E eu não preciso esconder, nem me desculpar, nem disfarçar, nem fingir. Não existem regras para os sentimentos, para o amor, para a vida. E sei que eu posso sentir como eu quiser, e demonstrar como eu quiser, e contar como eu quiser. Mas que também o meu silêncio algumas vezes vale ouro e é minha proteção. Mas os sentimentos transbordam em lágrimas – dentro de um quarto escuro junto com os meus fantasmas, sufocam em palavras não ditas, embolam na ânsia de chegar até onde não podem. Então eu amo e sofro, rio e choro, acredito e me desespero e espero, espero, espero. E o tempo passa. Devagar, rápido. Esmagando tudo ao seu redor. Prometendo um futuro que eu não sei qual é.
Vou continuar a lutar nessa guerra dia após dia, tentando modificar, amadurecer, correr na esteira( não a que serve de cabide no quarto ao lado), escutar as várias músicas que pertencem a uma parte de mim, e muitas delas que falam de você, de nós dois. E serão sempre nossas. Se eu venci boa parte das batalhas até aqui, foi porque procurava você e hoje você está viva, bem viva, morando dentro de mim.
(livre adaptação)F.L.
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