segunda-feira, 30 de novembro de 2009

As escolhas de uma vida




A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz:
'Nós somos a soma das nossas decisões'.

Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu.

Compartilho do ceticismo de Allen:

A gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar 'minha vida'.

Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião.
Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura.
No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances.
Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.


As duas opções têm seus prós e contras:
Viver sem laços e viver com laços...

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista?

Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.
Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado.

Por isso é tão importante o auto conhecimento.
Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos.

Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é.
Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho, ninguém é o mesmo para sempre.
Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido.

A estrada é longa e o tempo é curto.
Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações.

Lembrem-se:
Suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado.
'É preciso muita coragem para enfrentar seus inimigos. Mas é preciso ainda mais coragem para enfrentar seus amigos.'

'Às vezes, é preciso esquecer um pouco a pressa e prestar mais atenção em todas as direções ao longo do caminho. A pressa cega os olhos. E deixamos de observar tantas coisas boas e belas que acontecem ao nosso redor. Às vezes, o que precisamos está tão próximo... Passamos, olhamos, mas não enxergamos. Não basta apenas olhar. É preciso saber olhar com os olhos, enxergar com a alma e apreciar com o coração. O primeiro passo para existir é imaginar. O segundo é nunca se esquecer de que querer fazer é poder fazer, basta acreditar'.


(Pedro Biall)

O sapo e a água quente



Vários estudos biológicos demonstram que um sapo colocado num recipiente com a mesma água de sua lagoa, fica estático durante todo o tempo em que aquecemos a água, mesmo que ela ferva. O sapo não reage ao gradual aumento de temperatura (mudanças de ambiente) e morre quando a água ferve. Inchado e feliz.
Por outro lado, outro sapo que seja jogado nesse recipiente com a água já fervendo salta imediatamente para fora. Meio chamuscado, porém vivo.
As vezes, somos sapos fervidos. não percebemos as mudanças. Achamos que esta tudo muito bom, ou que o que esta mal vai passar - e só questão de tempo. Estamos prestes a morrer, mas ficamos boiando, estáveis e apáticos, na água que se aquece a cada minuto. Acabamos morrendo inchadinhos e felizes, sem termos percebido as mudanças a nossa volta.
Sapos fervidos não percebem que além de ser eficientes tem que fazer as coisas. E, para que isso aconteça, há necessidade de um continuo crescimento, com espaço para o dialogo, para a comunicação clara, para dividir e planejar, para uma relação adulta.O desafio ainda maior esta na humildade em atuar respeitando o pensamento do próximo.
Há sapos fervidos que acreditam que o fundamental é a obediência, e não a competência: manda quem pode, e obedece quem tem juízo. E, nisso tudo, onde esta a vida de verdade? E melhor sair meio chamuscado de uma situação, mas vivos e prontos para agir.

Autor desconhecido