quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Desiderata (Aquilo que se deseja)





Procure viver em harmonia com as pessoas que estão ao seu redor, sem abrir mão de sua dignidade.

Fale a sua verdade, clara e mansamente.

Escute a verdade dos outros, pois eles também têm a sua própria história.

No meio do barulho e da agitação, caminhe tranqüilo, pensando na paz que você pode encontrar no silêncio.

Evite as pessoas agitadas e agressivas: elas afligem o nosso espírito.

Não se compare aos demais, olhando as pessoas como superiores ou inferiores a você: isso o tornaria superficial e amargo.

Viva intensamente os seus ideais e o que você já conseguiu realizar.

Mantenha o interesse no seu trabalho, por mais humilde que seja:
ele é um verdadeiro tesouro na contínua mudança dos tempos.

Seja prudente em tudo que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas.

Mas não fique cego para o bem que sempre existe.

Há muita gente lutando por nobres causas.

Em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.

Seja você mesmo. Sobretudo não simule afeição e não transforme o amor numa brincadeira, pois no meio de tanta aridez, ele é perene como a relva.

Aceite com carinho o conselho dos mais velhos e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude.

Cultive a força do espírito e você estará preparado para enfrentar as surpresas da sorte adversa.

Não se desespere com perigos imaginários: muitos temores têm sua origem no cansaço e na solidão.

Ao lado de uma sadia disciplina, conserve, para consigo mesmo, uma imensa bondade.

Você é filho do Universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui.
E mesmo se você não puder perceber, a terra e o Universo vão cumprindo o seu destino.

Procure, pois, estar em paz com DEUS, seja qual for o nome que você lhe der.

No meio de seus trabalhos e aspirações, na fatigante jornada pela vida, conserve, no mais profundo do ser, a harmonia e a paz.

Acima de toda mesquinhez, falsidade e desengano, o mundo ainda é bonito.

Caminhe com cuidado, faça tudo para ser feliz e partilhe com os outros a sua felicidade.

(Texto encontrado em Baltimore na antiga Igreja de Saint-Paul, em 1632)

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