QUE VENHA O FIM DO MUNDO
É sempre o fim do mundo. Somos especialistas em fazer mal a nós mesmos e, indiretamente, aos outros. Não damos a mínima a um velho truque, sempre menosprezado: o deixar fluir. Respirar. Aprender a encarar tudo o que surge com alguma curiosidade. Tentar ver por cima, sabe? Como se não fosse com você, mesmo doendo tanto. E sem fazer de tudo isso algo muito importante. Afinal, é o fim do mundo.
Então, não há razão para lutar contra a força da confusão. Melhor é ir de cara com ela. Sentir o baque. E aí, apesar da dor, esforçar-se para relaxar. Botando o corpo todo no lugar, inclusive a cabeça. E o peito, claro, trabalhando do jeito que deve.
Agindo assim pode ser possível perceber que a clareza, o tempo de clareza, está sempre aqui, aí, ao nosso dispor. Sejamos claros: tudo vai acabar. E tudo vai recomeçar, de uma forma ou de outra. Acredite.
O fim do mundo é você.
Sendo assim, que venha o fim do mundo. E agradeça, porque depois dele vem um outro, novo em folha. Forte como um leão. A rugir de frente. Exigindo toda a coragem que você nem imagina que tem. Coragem para respirar de novo. Bem fundo. E maturidade para concluir tudo o que estiver ao seu alcance. Maturidade de ser você mais uma vez. E livre. Livre para enfrentar, não para fugir. Livre a ponto de rugir de volta. Livre para ser você. Inteiramente você. Livre para ser um novo mundo.
Leo Chioda
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